Muitos anciãos indígenas contam aos jovens a fábula do carneiro (ovecha) e do macaco (ka’i) para instruir sobre a necessidade da humildade e a prudência.
Dizem que o macaco foi passear longe de sua casa, pois se sentia muito sozinho. Este animal costuma ser muito exibicionista, ainda mais quando está no meio das mulheres. De longe viu que o carneiro estava cercado por muitas moças.
Estas moças juntavam-se sob uma árvore com frutas maduras para apanhá-las quando caiam. O carneiro ajudava as jovens, derrubando as frutas pouco a pouco. Ele se afastava da árvore, depois corria e batia a testa com bastante força na árvore para derrubar as frutas maduras.
Um carneiro possui a testa bem dura e somente com isso faz qualquer inimigo fugir na hora da luta, explicou o kaiowá Aniceto Ribeiro. O macaco foi chegando e viu o que o carneiro fazia para derrubar as frutas. O macaco queria fazer o mesmo para impressionar as moças (kunhatai) e mostrar que era melhor que o carneiro. Então disse às meninas:
- vou derrubar mais frutas para vocês que este carneiro.
O macaco se afastou bem longe da árvore e veio correndo para bater a testa e derrubar as frutas como fazia o carneiro. Quando o macaco bateu na árvore, ao invés de frutas caídas no chão, o que se viu foram seus pedaços espalhados para todos os lados. Assim, ele padeceu pela sua vaidade.
REFERÊNCIAS E FONTES:
RIBEIRO, Aniceto. GALHEGO, Wilson. Ovecha ha ka’i. Assis: UNESP/Revista Terra Indígena, 2001.
NOTAS:
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