A distância entre mito e história é bem pequena nas narrativas guarani e kaiowá, entre elas o Mito dos Gêmeos. Neste texto, a caminhada dos gêmeos é metáfora e modelo da trajetória da humanidade.

O Sr. João Aquino conta que a mulher disse a seu filho: vamos seguir teu pai ainda hoje. - Vamos, disse o filho (kwarahy) que ainda não tinha nascido. E eles saíram e começaram a viagem à procura do pai. Foram andando e sempre perguntava ao filho por onde é que o pai dele tinha ido. E ele contava para ela. Ele foi por aqui e por aí ela seguiu.

Andaram bastante e saíram num campo muito bonito e grande. E saindo ali viram que aquele campo tinha muitas flores bonitas. E chegando ali, a criança pediu à sua mãe: - tira para mim as flores para ser meus brinquedos.

E a mãe foi tirando as flores que achavam pelo caminho e assim foram seguindo, mas ele ainda estava no ventre de sua mãe.

Depois andaram mais um pouco e econtraram uma flor mais bonita que as outras e esta flor nós chamamos de “nharakati’ýrã poty”. Essa mesma flor é conhecida como Xapyi.

 

REFERÊNCIAS E FONTES:

AQUINO, João. Mito dos Gêmeos In: Terra Indígena. Ano XV. N. 82. Outubro 2000. Araraquara: UNESP, 2000.

 

NOTAS:

  1. Pesquisa, organização e adaptação: Neimar Machado de Sousa, doutor em história da educação (UFSCar) e pesquisador (FAIND/UFGD). Karai Nhanderovaigua. E-mail: neimar.machado.sousa@gmail.com
  2. O artigo tem objetivo educacional e formato adaptado às mídias sociais.
  3. A grafia adotada para as palavras indígenas segue as fontes consultadas.
  4. METADADOS: nharakati’ýrã poty, xapyi.
  5. IMAGEM: Heliodoro de Almeida. Aprendiz. Caarapó (MS): Aldeia Te’ýikuê.

 

Tags: nharakati’ýrã, poty, xapyi.

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