Após criarem os Curiango (kagwῖryvõ) e a fruta grande (Yva gwasu), os dois irmãos seguiram seu caminho (tape) na direção da grande roça (kokwe gwasu) onde viviam sua mãe (Ha’i) e seu pai (Hi’u).
Assim que o Sol e a Lua chegaram à casa de sua mãe, ela chorou novamente. Quando ela chorou, o gavião (taguató) também chorou. Depois a mãe trouxe o banco (apyka) para sentarem.
O pai continuou deitado em sua rede. Estava virado para o outro lado e não disse nada. Os filhos e a mãe também não ligaram para ele, contou a kaiowá Andreza Souza.
A mãe estava muito contente com a chegada dos filhos e foi buscar tudo o que havia guardado para eles. Ofereceu-lhe peixe assado (Pira mbichy) e pão (Mbojape) para comer de tão contente que estava. Ofereceu a a bebida (kagwῖ) mais doce que tinha e armou a rede (kyha jekoaku) que tinha guardado para o filho menor. Deu-lhe também um enfeite (jegwaka jekoaku) e colares. O pai continuava sem falar com seus filhos. Os gêmeos descansavam numa casa (ongusu) só deles atrás da casa dos pais, segundo explica o historiador kaiowá Izaque João.
Nhanderusu estava realizando uma grande reunião com os outros seres divinos em sua oka. Naquele tempo quem iluminava a terra não o brilho do irmão velho, Pa’ikwará, mas outro luzeiro chamado Pa’i Arakurá. Esta reunião foi convocada para conversar e decidir qual deles seria o sol (kwarahy jaryrã). Eram muitos os convidados de Nhanderu, mas eles nem ligavam, pois já sabiam quem seria o dono do sol.
Aos poucos cada um tirava uma parte de seus enfeites e colocava no alto dos céus, mas não permanecia lá e as trevas inundavam a terra. E assim todos os convidados competiam para saber quem seria o Sol.
REFERÊNCIAS E FONTES:
SOUZA, Andreza. O Mito dos Gêmeos. Ano XV. N. 82. Assis: UNESP/Revista Terra Indígena, 2000. P. 150.
NOTAS:
Tags: (banco), (futuro, (gavião), (luzeiro), Arakurá, Pa’i, apyka, jaryrã, kwarahy, sol)., Mais...taguato
Bem-vindo a
Laboratório de Pesquisas em História e Educação Indígena
© 2025 Criado por neimar machado de sousa.
Ativado por