A narrativa épica dos gêmeos de João Aquino, kaiowá de Amambai, Mato Grosso do Sul, foi coletada por Wilson Galhego Garcia e traduzidas pelo kaiowá Aniceto Ribeiro. Uma versão foi publicada pela revista Terra Indígena (UNESP), coordenada por Paulo José Brando Santilli, no ano de 2000.
O relato começa com algumas explicações coletadas em meados dos anos 70 na cidade de Amambai.
No altar porque é posto pena de pássaros? Isso são feitos pelos que dançam e cantam, para que os espíritos desçam ali. Pode ser posto penas de qualquer ave? Pode ser qualquer pena. Colocam penas de pássaros pequenos não pode ser penas de aves grandes.
Nós temos pássaros em nosso corpo? Temos. Chamam nosso espírito de pássaro. Nós falamos pássaros e os brancos falam espírito. Quando nós levamos um susto este pássaro voa e já começamos a adoecer. E quando sai de uma vez nós morremos. Assim os antigos falavam. Por isso, uma criança não deve levar susto, dizem que o pássaro de uma criança voa mais fácil.
Pe yvyra’i rehe omoi va’e gwyra ragwe ma’erã omoi? Ha upea ngo omoi peixa oporahei va’e, upea rehe umi epirito santo ogwejy hagwã. Ha upea piko oime rãe va’e gwyra ragwe arã? Oime rãe va’e gwyra ragwe. Omoi gwyra mixi va’e ragwe, ndaha’ei gwyra he’i ngo nhande epiritope. Nhande ja’e gwyra há karai he’i epirito. Ha nhanhemondýi ramo upea oveve há ogwahema nhandeve mba’asy. Ha ojei ete ramo kutu eremanoma. Upeixa he’i yma gware. Ajeve ramo mitã nonhemondyiri arã, oke mitã gwyra jeko pya’e eterei oveve.
REFERÊNCIAS E FONTES:
GARCIA, Wilson Galhego. Terra Indígena. Ano XV. N. 82. Assis: UNESP/Revista Terra Indígena, 2000. P. 160ss.
HIRTO, Leninha. Gwyra. Arandu Porã: Dourados, 2019.
NOTAS:
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