O ancião kaiowá Aniceto Ribeiro narrou como era sua vida na aldeia no tempo em que era criança. Segundo ele a vida destes antigos era muito bonita porque praticavam seus rituais como o batismo das crianças, ñemongarai.
Segundo o ancião, ele participou das danças dos índios guarani e kaiowá e sabe como eles faziam o batismo das crianças, nhemongarai. Esta cerimônia era feita diante do Xiru, uma cruz feita de madeira perfumada (Yvyra Ryakwã). Há também uma madeira conhecida como incenso que é muito utilizada, sendo chamada de Yvyrá Pajé. Além desta madeira são utilizadas outras especiais como Gua’a e Itaju.
Esta madeira é chamada também de Xiru, bastante conhecida entre os índios guarani. Não é qualquer madeira que pode ser utilizada e apenas algumas pessoas podem fazer esta cruz. Há oi ave upe Kurusu apohaty.
Há também pessoas especializadas que só fazem os enfeites e outros que sabem fazer o mimby (flauta ritual). Há um banco especial para ser usado nas danças, chamado de Apyka. Este banco é feito de cedro para uso apenas nas danças.
Havia também outro banco comprido e bem pesado, onde os kaiowá antigos faziam as refeições depois de passaram a noite dançando. As mulheres preparam as refeições, geralmente duas. Fazem a comida, xixá, mbojape e trazem a mistura nas folhas de Tajaó. Assim passam o dia. Quando a cerimônia é encerrada, todos param diante do Xiru e dizem “taa”. Nesta hora a comida já servida sobre o banco. Após terminar a refeição, todos sentam e se alimentam sempre em grupo.
Se algum animal grande como a anta (so’ó ruvicha) for caçado durante estas cerimônias, ele não consumido por todos. As crianças e aqueles que não estavam dançando podiam comer à vontade, pois a carne da anta deixa o corpo pesado.
Aqueles que estão dançando pedem o seu caminho. Ha oi ave ha’ekwéra ojerureha tape rehe. Eles pedem caminho de luz e dizem que este caminho é difícil e não fácil de aparecer. Tape rendy rehe ojerure há ha’ekwéra he’i Tape Rendy hasyve, ndoui pya’e.
REFERÊNCIAS E FONTES:
Guarani e Kaiowá de Paranhos, Professores. Guarani Rembi’uete. Dourados, MS, 2018.
RIBEIRO, Aniceto. GALHEGO, Wilson. Explicações. Assis: UNESP/Revista Terra Indígena, 2001. P. 396.
NOTAS:
Bem-vindo a
Laboratório de Pesquisas em História e Educação Indígena
© 2025 Criado por neimar machado de sousa.
Ativado por