NESTA HORA O SOL SENTIU QUE PRECISARIA DE UM COMPANHEIRO

Enquanto o futuro Sol e sua mãe começaram a andar na direção do Sol Nascente (Kuarahy Resê), ela ia colhendo flores pelo caminho, mas ele ainda estava no ventre de sua mãe.

Depois andaram mais um pouco e encontraram uma flor mais bonita que as outras e esta flor era chamada de “Nharakati’ýrã poty”, a flor do Jaracatiá. Esta mesma flore é conhecida como Xapyi. Ela apanhou esta flor e essa é uma flor bem grande e no meio da flor tinha uma abelha (mamanga pe ivoty apytepe).

Quando ela foi apanhar a flor para dar ao seu filho, a abelha ferrou-a na mão. E doeu bastante para ela, e falou para o seu filho:

- nós vamos ter brinquedos somente depois estivermos para fora (nascido). E você ainda não nasceu, disse a mãe. E isso ele achou ruim, o Sol achou ruim, aquilo que sua mãe falou.

E andaram mais um pouco e chegaram numa encruzilhada. Esse lado esquerdo fica esse caminho e no meio tem um caminho direito. E esse caminho era lindo, um caminho mais limpo e ali ela tornou a perguntar:

- mo’õ rupipa nde ru oho ra’e? Por onde foi o teu pai?

E eli o futuro Sol já ficou bravo com sua mãe e indicou o caminho mais limpo, ele tinha ido por aqui, disse ele. Esse caminho ela seguiu, ele levou-a onde os antepassados das onças (jaguarete) moravam, ali levou sua mãe. E ali pousaram. Andaram mais um pouco e já era tarde. Quando chegaram, não havia nenhuma pessoa na casa. Somente uma pessoa bem velha estava ali, era a avó de todas as onças.

Quando chegaram, a velha perguntou: por que vieram aqui? E a velha pegou uma grande cesa e cobriu a mulher. As outras onças foram caar no mato e ficou somente a velha em casa.

E a velha cobriu a a mulher com uma cesta (ajaka), cobriu a mulher que chegou. E nesta hora o futuro Sol sentiu que iria precisar de um companheiro.

 

REFERÊNCIAS E FONTES:

AQUINO, João. Mito dos Gêmeos In: Terra Indígena. Ano XV. N. 82. Outubro 2000. Araraquara: UNESP, 2000.

 

NOTAS:

  1. Pesquisa, organização e adaptação: Neimar Machado de Sousa, doutor em história da educação (UFSCar) e pesquisador (FAIND/UFGD). Karai Nhanderovaigua. E-mail: neimar.machado.sousa@gmail.com
  2. O artigo tem objetivo educacional e formato adaptado às mídias sociais.
  3. A grafia adotada para as palavras indígenas segue as fontes consultadas.
  4. METADADOS: nharakati’ýrã poty, xapyi, mamanga, ivoty, ajaka, jaguarete jaryi.
  5. IMAGEM: Heliodoro de Almeida. Aprendiz. Caarapó (MS): Aldeia Te’ýikuê.

 

 

Tags: ajaka, ivoty, jaguarete, jaryi., mamanga, nharakati’ýrã, poty, xapyi

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