Concluída a criação da terra por Tupã, Tumé Arandu recebeu uma lição quando saiu para reconhecer os rios e pântanos da terra recém-criada, pois se deparou com uma cena que não havia planejado ao encontrar alguns jovens famintos.
O criador ao encontrar estes jovens famélicos perguntou-lhes porque tinham a aparência de quem não havia jantado.
- Que aconteceu com vocês, por que estão abatidos e enfermos?
- Temos fome, respondeu um deles.
- Fome? Perguntou Tumé, onde está seu irmão mais velho?
- Pelas matas, buscando raízes, responderam os dois.
- Buscando raízes na hora do almoço? Trovejou Tumé Arandu. Vão chamá-lo!
Os garotos foram e trouxeram o jovem. Voltaram falando e assobiando.
- De onde está vindo, pergunta Tumé.
- Daquelas árvores, perto da montanha, respondeu.
- Não percebes que as crianças estão com fome?, Por que não as ensinou a fazer fogo e assar aqueles peixinhos que saltam do rio?
- Mas não temos anzóis!
- Anzol? Perguntou indignado Tumé. Levante seus olhos e observe uma ave, diz Tumé.
- Martim Pescador!, Venhas logo... mostra aos aprendizes como se faz boa pescaria.
Foi assim que Martim Pescador se transformou em mestre da pesca abundante. Aproximando-se da água e sem nenhum anzol além de seu bico, mostrou que era possível pescar, mesmo sem nenhum equipamento.
O irmão mais velho ficou um pouco envergonhado. Neste momento, Tumé aproveitou para perguntar: Que me diz?
O Martim Pescador em guaraní é pirá guirá, pássaro-peixe: guyrápirá porque os nativos viam-nos sair das águas e agir como peixe e ave.
REFERÊNCIAS E FONTES:
TOMÁS L. MICÓ. Aves en la Mitología Guaraní. Asunción: Obras de Instituto Paraguayo de Ciencia del Hombre y Editorial Servilibro, 2001.
NOTAS:
Bem-vindo a
Laboratório de Pesquisas em História e Educação Indígena
© 2025 Criado por neimar machado de sousa.
Ativado por