A erva do Jacaré vive pelo campo e é muito boa para nossa saúde. A raiz desta planta parece com Karagwara. É um medicamento muito utilizado pelas mulheres no pós-parto.

Outra erva medicinal utilizada é a do Caburé, embora os antigos não a recomendassem aos jovens, pois esta ave é muito atraente. A planta só era indicada para quem realmente soubesse como usá-la.

A erva do Urubu é recomendada para vômito de criança. A paca, chamada de Jaixa, também tem a sua erva. Esta planta era usada no Mundeu para atraiar a caça com facilidade.

Os animais que vivem da água são classificados de duas maneiras, de acordo com o Sr. Aniceto Ribeiro. Gwyra (aves) e os que não são Gwyrá. São chamados de Gwyra todos os animais que possuem penas. As galinhas (yrygwasu) são aves também? São aves também porque possuem penas. Gwyra ave oke hagwe.

Os guarani costumam dividiar as aves em domésticas (gwyra ogapegwa) e do mato (gwyra ka’agwypegua). Depois destas divisões vêm os nomes de cada uma. Os animais que vivem no mato, mas que não são aves, eram chamados pelos antigos de ka’agwy póry (seres da mata).

Segundo o ancião kaiowá, os animais podem acostumar-se conosco na mata, desde que não os importunemos. No começo, têm medo e nunca se aproximam de você. Isto acontece até mesmo com o Jagwaretê, mas se ele tiver fome, ficará muito bravo.

Os anciãos também falavam muito também sobre o papagaio (parakáu), comparando-o com o nosso espírito. Acreditavam que se o espírito da criança viesse como um papagaio, a criança seria forte e não adoeceria facilmente. Se o espírito da criança for outro tipo de pássaro, ela adoece com frequência.

Pero umi Parakáu kwera ogwejy ramo ndeve hesãi. Upeixa he’i va’ekwe yma nhande ypy kwera.

 

REFERÊNCIAS E FONTES:

RIBEIRO, Aniceto. GALHEGO, Wilson. Pohã Kwéry. Assis: UNESP/Revista Terra Indígena, 2001.

XIMENES, Loide Aquino. LURDES, Maria de. Pohã. Aldeia Bororó, Dourados (MS): SEMED, 2008.  

 

NOTAS:

  1. Pesquisa, organização e adaptaçao: Neimar Machado de Sousa, doutor em história da educação (UFSCar) e pesquisador (FAIND/UFGD). Karai Nhanderovaigua. E-mail: neimar.machado.sousa@gmail.com
  2. O artigo tem objetivo educacional e formato adaptado às mídias sociais.
  3. A grafia adotada para as palavras indígenas segue as fontes consultadas.
  4. Metadados: jakare ka’a, ka’agwy póry, gwyra ogapegwa. IMAGEM: XIMENES, Loide Aquino. LURDES, Maria de. Pohã. Aldeia Bororó, Dourados (MS): SEMED, 2008.

 

Tags: gwyra, jakare, ka’a, ka’agwy, ogapegwa., póry

Exibições: 281

Responder esta

© 2025   Criado por neimar machado de sousa.   Ativado por

Relatar um incidente  |  Termos de serviço