Huipil, da palavra náuatle huīpīlli, é o traje tradicional mais usado pelas mulheres indígenas do México à América Central.

Trata-se de uma túnica, feita de dois ou três pedaços retangulares de tecido que são unidos com costuras, fitas ou tiras de tecido, com uma abertura para a cabeça. Quando as laterais são costuradas, há abertura para os braços. Os huipils tradicionais e cerimoniais são feitos com tecidos entrelaçados e decorados com grafismos, bordados, fitas e rendas.

Os comprimentos do huipil podem variar de uma peça curta estilo blusa ou comprida o suficiente para alcançar o chão. Seu estilo indica a etnia e a comunidade do usuário, pois cada uma tem seus próprios métodos de criar o tecido e as decorações. Alguns huipils têm desenhos intrincados e significativos. Huipils cerimoniais são os mais elaborados e são reservados para casamentos, enterros, mulheres influentes e até mesmo para vestir as estátuas de santos.

O huipil era usado por mulheres indígenas da região mesoamericana, independente da classe social, desde antes da chegada dos espanhóis às Américas e ainda continua a ser a vestimenta indígena feminina mais comum. É mais frequente nos estados mexicanos de Chiapas, Yucatán, Quintana Roo, Oaxaca, Tabasco, Campeche, Hidalgo, Michoacán (onde é chamado de huanengo), Veracruz e Morelos. Na América Central é comum entre os maias na Guatemala.

Após a conquista e expansão espanhola, o huipil resistiu e incorporou elementos de outras regiões e da Europa. Um dos mais antigos vestidos conhecidos é o "La Malinche", que recebeu esse nome porque se acreditava ter sido usado pela intérprete de Hernán Cortés, já que se assemelha muito a representações dela no Lienzo de Tlaxcala e no Códice Florentino. Embora a peça seja datada por carbono 14 no século XVIII, é excepcional pela sua idade e pelo tamanho: 120 por 140 cm. É feito de algodão com penas, cera e fio de ouro. O design é dominado por uma imagem de uma águia de duas cabeças, mostrando a influência indígena e espanhola. A peça está no Museo Nacional de Antropología, foi exposta ao público em 2011, atraindo muitos interessados devido à personagem controversa que foi La Malinche.

Alguns huipils trazem influência asiática devido aos tecidos trazidos das Filipinas. Além disso, o huipil começou a ser usado com outras peças de vestuário, especialmente saias européias, durante o período colonial. Isso levou a mudanças no modo como ela é usada. Em alguns casos, o huipil ficou mais curto, para funcionar como uma espécie de blusa, em vez de um vestido. Em algumas regiões, o huipil também evoluiu para uma cobertura de cabeça longa e às vezes volumosa que emoldura a face.

Até hoje, os mais tradicionais huipils são confeccionados com tecidos feitos à mão em tear de alça traseira. No entanto, a introdução do tecido comercial tornou as peças artesanais mais caras e muitas artesãs pararam de fabricar o tecido, ou passaram a fazer versões mais simples.

 

REFERÊNCIAS E FONTES:

Rodríguez, Ana Mónica. Espectadores podrán conocer el enigma del huipil de La Malinche. México: Jorbada, 2011.

 

IMAGENS:

Marcellin, Maurice. Huipil atribuído a Malintzin ou Malinche. INAH, 2011.

Maya. Woman's Blouse or Huipil, 1930 ou 1940. Algodão, colorido, 76.2 x 78.7 cm). Brooklyn Museum, 2005.

Tags: huipil

Exibições: 8

Responder esta

© 2025   Criado por neimar machado de sousa.   Ativado por

Relatar um incidente  |  Termos de serviço