Uma das primeiras figuras interessantes da mitologia guarani é a pomba, chamada também de Yerutí e Torcaz no guarani retã, vasta região que compartilha a língua guarani no Paraguai, Brasil, Argentina e Bolívia.
No início da história da humanidade, a soberba e a falta de solidariedade das primeiras tribos desagradou a Tupã Marangatu. Este quis limpar a terra com uma grande inundação para e depois reocupá-la com uma nova humanidade. Mas, antes de fazer isso, em sinal de advertência, com a intenção de salvar os merecedores, enviou a Tumé Arandu, um dos primeiros heróis culturais da terra sem males, a Pomba, para lhe entregar uma mensagem.
A pomba, ave simpática ave cujo som se assemelhava à língua nativa, voou ao encontro de Tumé Arandu e lhe disse: Oú!, Oú!, Oú!, cujo significado do aviso era: Vem! Vem! O dilúvio está chegando.
Tumé ordenou à sua gente que subisse nas palmeiras e coqueiros, recolhessem frutos, fizessem sacolas e jangadas, para sobreviverem durante o dilúvio. Esta tragédia da inundação de toda a terra e de seus arredores é lembrada e lamentada por todas as tribos.
Todos os males tazem uma lição. Os guarani aproveitaram para aprender a tecer, recolher frutos, descobrir outros alimentos como o coco, seus brotos e o palmito, usado até hoje na sua culinária.
Tumé Arandu também ensinou que havia um ser superior chamado Tupã, a quem devia se respeitar, amar e pedir favores. Assim sobreviveram, pois durante a inundação pediam que os coqueiros continuassem crescendo acima do nível das águas, salvando a humanidade da inundação. Ainda hoje escuta-se o eco distante do mensageiro divino, a pomba: oú!, oú!
REFERÊNCIAS E FONTES:
TOMÁS L. MICÓ. Aves en la Mitología Guaraní. Asunción: Obras de Instituto Paraguayo de Ciencia del Hombre y Editorial Servilibro, 2001.
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