Recentemente, na Aldeia Terena Cachoeirinha, Miranda (MS), tive um encontro inesperado. Era o IX Fórum de Professores Indígenas de Mato Grosso do Sul (FOREEIMS) e lá estava o velho Esopo.
Esopo (620 a.C. – 564 a.C.) foi um escritor da Grécia Antiga a quem são atribuídas várias fábulas populares. A ele se atribui a paternidade das fábulas como gênero literário, no alerta a wikipedia. Em seus escritos os animais falam e tem características humanas.
O inusitado é que agora fala a língua terena graças ao trabalho da professora Maisa Antônio, que traduziu as fábulas, e às pesquisadoras Cristina Fergetti e Denise Silva que organizaram a obra “Fábulas de Esopo em Terras Terena”.
Desde 2012, o Instituto de Pesquisa da Diversidade Cultural (IPEDI), realiza pesquisas para valorizar a língua e a cultura terena. Este projeto está focado para ajudar a preencher a lacuna que é uma das principais dificuldades da educação escolar indígena: escassez de materiais didáticos na língua indígena.
Abaixo, transcrição de uma das fábulas:
O CÃO QUE PERSEGUIA A ONÇA. Um cão de caça viu uma onça e começou a persegui-la, mas a onça se virou e deu um rugido. Com medo, o cão voltou. Então a raposa o viu e disse: “ô cabeça oca, você estava perseguindo uma onça e não podia nem com o rugido dela?”
TAMÚKU HOKÓTI SÎNI. Noéxone pohúti sîni ne tamúku ihókoti turíxovone hókea yanê ná’akenexovone ne sîni yáne kohonókone emó’u pikóne ne tamúku ihókoti yane aukopóvone kixoane ráposa noexoá: ako apéti, titihuke óvo nanéxi hókeovo ne sini kixoane ráposa muhíkova emó’u píki?
REFERÊNCIAS E FONTES:
SILVA, Denise; FARGETTI, Cristina Martins. Fábulas de Esopo em Terras Terena. Assis: Triunfal Gráfica e Editora, 2018.
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