Registrar o mitos para utilizá-los como recursos didáticos, questionar a leitura iluminista e positivista deste gênero, ao contrário de homogeneizá-lo, pode diminuir o preconceito contra as culturas e línguas indígenas.
A narrativa contada por Andreza Souza, kaiowá, e registrada por Wilson Galhego (1970), conta como após a matar a mãe dos gêmeos, as onças tentaram devorar os próprios gêmeos divinos: o futuro Sol e a futura Lua.
- Aqui estão os filhotes para comer com sua farinha, disseram as onças para a velha.
- É mesmo, disse a velha onça, já levando os filhotes para o fogo. Quando os colocou sobre o fogo, as labaredas se apagavam. Então trouxeram uma panela bem grande e ferveram a água nesta panela e quando a água estava fervendo, jogaram as crianças dentro, mas a água secou na hora e a panela esfriou, tentaram três vezes e a água esfriava. A velha onça disse: - este dois estão querendo ser bichos de estimação para meus netos.
As onças colocaram os gêmeos sobre uma grande peneira, onde os dois meninos ficaram. Quando colocaram as crianças sobre a grande peneira, as onças já haviam devorado a mãe delas e estavam contentes. Quando era de tarde, o futuro sol já tinha feito um arco e flechas para atirar nos grilos que estavam sobre seu irmão menor. Na mesma noite, o irmão menor já estava sentando sobre a grande peneira e ganhou um arco e flecha pequenos de seu irmão para atirar nos grilos que queriam mordê-lo.
REFERÊNCIAS E FONTES:
SOUZA, Andreza, GALHEGO, Wilson. Jasy ha pa’ikuara. Assis: UNESP, 2000 (1970). p. 138.
NOTAS:
Bem-vindo a
Laboratório de Pesquisas em História e Educação Indígena
© 2025 Criado por neimar machado de sousa.
Ativado por