Assim que a mãe do futuro Sol chegou à casa das onças, a mais velha delas, Jaguarete Jari, a cobriu com uma cesta e o Sol sentiu naquele momento que iria precisar de um companheiro.
Ha upepe onhandu kuaama pe kuarahy oikotevetaha inhyrurã rehe.
E aí o Sol fez um companheiro que chamou de Lua, Jasy. E quando à tarde chegaram as onças que foram caçar. E não caçaram nada. Quando se aproximaram da casa já sentiram o cheiro da mulher que tinha chegado.
As onças queriam saber onde está um alguém que chegou, perguntaram à velha onça. E a velha não contou para eles, a velha negou que tinha chegado alguém. Ela disse que não chegou ninguém, mas as onças insistiram que tinha chegado e foram cheirar o caminho por onde havia chegado. Assim seguiram o rastro e descobriram onde a mãe estava encoberta abaixo de uma grande cesta, ajaka.
Quando encontraram a mãe, Ha’i, as onças disseram: - Aqui está, vamos bater na cabeça e matá-la.
Ali as onças festejaram contentes, a carnearam e acharam os dois filhos em seu ventre. Disseram para a velha onça que a mulher tinha dois filhotes. Decidiram comer os filhotes também. Esparramaram bem o carvão e jogaram as duas crianças no fogo, mas quando eram soltas no fogo, parecia que era água derramada, o fogo apagava e os meninos não se queimavam.
As onças disseram: - vamos ferver a água e ferveram a água.
Soltaram as crianças na água quente, mas a água esfriava e as crianças já estavam pulando na panela, a água estava fria e não as matava.
A velha onça disse: - tragam para mim uma vara pontuda para espetá-los.
Quando foram fincar o espeto, a vara quebrava e não fazia nada nos gêmeos.
Então a velha onça disse: - acho melhor criá-los em casa como nossos animais, pois eles não vão morrer.
Jaguarete Jari decidiu criar o Sol e a Lua como seus animais de estimação. As onças colocaram os gêmeos deitados sobre uma peneira, tapekwa, e os deixaram no canto da casa.
REFERÊNCIAS E FONTES:
AQUINO, João. Mito dos Gêmeos In: Terra Indígena. Ano XV. N. 82. Outubro 2000. Araraquara: UNESP, 2000. P. 168-170.
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