Perguntaram os gêmeos divinos, Sol e Lua. Como podemos destruir aqueles que comeram nossa mãe? Pediram mais informações ao papagaio Parakau.
O papagaio orientou os gêmeos: façam um riacho e do outro lado deste riacho façam um campo e neste campo façam uma fruta por nome guavira.
As onças gostavam de frutas e os gêmeos assim fizeram. Naquele mesmo dia a tarde, a guavira já estava madura. Os gêmeos levaram as frutas embrulhadas com folha do pariri. Elas levaram essas frutas para que as onças pudessem experimentar. E eles mostraram as frutas para as onças, eles disseram vejam as frutas que nos encontramos no campo. Elas ficaram contentes e comeram as frutas e queriam mais e mais e disseram: vamos hoje mesmo. Elas já queriam ir naquele mesmo dia.
Os gêmeos disseram que somente no dia seguinte é que poderiam ir. Elas gostaram muitos das gwaviras, as onças gostaram. E já no outro dia, antes de clarear o dia, os gêmeos foram antes dos outros, o sol e a lua foram primeiro.
Eles levaram duas flechas e puseram uma ao lado da outra, isto serviria de ponte. As felchas ficaram como ponte e os gêmeos ficaram esperando as onças chegarem onde estavam. Quando as onças chegavam na beira do riacho, o rio facava cada vez mais largo e se extendia mais. Os gêmeos disseram às onças que elas tinham de cruzar a ponte para chegar ao campo das guaviras.
Os gêmeos seguiam as instruções do Papagaio: - quando as onças estiverem bem no meio do rio e o rio tiver se extendendo, vocês vão retirar as flechas para que todas elas caiam na água.
Os meninos seguiram as instruções do Papagaio e deixaram a ponte pronta para a chega das onças. Fizeram uma ponte com apenas das duas flechas e as onças entraram para passar o rio e já estavam bem no meio quando eles tiraram a flecha e caíram tudo na água, mas uma que estava grávida pulou no barranco e ainda conseguiu sair da água.
Essa onça que se salvou, se tivesse morrido, não haveria onça no mundo. Vendo que ela saiu do rio, os gêmeos relampejaram (overa) para ela e fizeram a onça como nós a conhecemos hoje.
REFERÊNCIAS E FONTES:
AQUINO, João. Mito dos Gêmeos In: Terra Indígena. Ano XV. N. 82. Outubro 2000. Araraquara: UNESP, 2000. P. 172-174.
NOTAS:
Bem-vindo a
Laboratório de Pesquisas em História e Educação Indígena
© 2025 Criado por neimar machado de sousa.
Ativado por