As narrativas indígenas, consideradas mitos, são formas de compreender e dar sentido à vida, segundo Txuteré Karajá. Estes mitos, ao serem contados, são atualizados, estimulam a revisão e valorizam a diversidade das culturas indígenas.

Foi Andreza Souza Kaiowá quem narrou a Wilson Galhego uma versão do mito dos gêmeos:

Isso quando nosso pai viveu na terra e sua mulher estava grávida. Grávida, diziam os antigos na sua própria língua que estava bem próximo, neste tempo se tentava com o deus Nhumbairé (dono da cobra), tentou-o fazendo de um fio da rede uma cobra que picou nosso pai. Depois de picado, o nosso pai morreu e nossa mãe ficou sozinha, então disse ela quando andava chorando disse Pa’ikwara (sol) para sua mãe não chores mamãe nós vamos chegar ainda para o pai disse consolando-a. E a mãe dele queria tanto seguir o seu marido, quando seu filho disse ainda não tinha nascido. Conversava com sua mãe. Ai quando se filho disse isso ela não chorava mais. Ai então em vez de nascer disse para sua mãe vamos seguir logo o pai.

Disse Pa’ikwará (sol) à sua mãe, aquele que iria ser o sol. E então a mãe dele nem juntou nada de sua traje deixou tudo na sua casa, deixou tudo em casa, deixou tudo em casa, disse para a mãe dele nós não vamos levar nossas trajes. E dai sua mãe disse então vamos embora. Depois pegou o caminho e disse para a mãe dele vamos por aqui.

 

REFERÊNCIAS E FONTES:

SOUZA, Andreza, GALHEGO, Wilson. Jasy ha pa’ikuara. Assis: UNESP, 2000 (1970).

 

NOTAS:

  1. Pesquisa, organização e adaptação: Neimar Machado de Sousa, doutor em história da educação (UFSCar) e pesquisador (FAIND/UFGD). Karai Nhanderovaigua. E-mail: neimar.machado.sousa@gmail.com
  2. O artigo tem objetivo educacional e formato adaptado às mídias sociais.
  3. A grafia adotada para as palavras indígenas segue as fontes consultadas.
  4. METADADOS: Nhumbairé.
  5. IMAGEM: VELASQUE, Diego; VERA, Fidencio. Guarani Rembi’uete. Paranhos (MS) – T.I. Pirajui: Grupo de Trabalho Editorial Arandu Porã, 2019.

Tags: Nhumbairé

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