Os mitos indígenas são narrativas históricas para as culturas que as conservam e difundem. Estas histórias tem função pedagógica para os povos indígenas e contribuem na construção da identidade.

O tema do Jaguarete, onça, é assunto de hoje e a narrativa foi registrada foi Isael Lemes e Jessica de Souza, jovens estudantes da etnia kaiowá da Aldeia Te’ýikue, Caarapó, MS: 

Certo dia um homem foi caçar somente com arco e flecha na mão. No interior da mata ouviu um barulho de onça imitando o canto de um pássaro e o jaguarete já estava bravo.

O homem pensou:

- Vou procurar uma planta de sabor amargo e passar em meu corpo, para que a onça não me mate.

Ele achou a planta, bem conhecida entre os índios guarani, passou em todo o corpo e seguiu adiante.

Logo adiante, a onça pulou sobre homem derrubando-o no chão e atacando traiçoeiramente por trás. A onça mordeu o homem, mas logo soltou, olhou bem nele, abaixou a cabeça e foi embora. Nunca tinha encontrada uma caça com gosto tão ruim.

Por isso até hoje, os índios passam no corpo essa planta amarga, meio azeda com cheiro forte e que a onça detesta tanto que não chega nem perto. Só o cheiro já é suficiente para espantar a fera que é a onça.

 

REFERÊNCIAS E FONTES:

LEMES, Isael. SOUZA, Jessica. Jaguarete ha kuimba’e. Caarapó (MS): 2019.

 

NOTAS:

  1. Pesquisa, organização e adaptação: Neimar Machado de Sousa, doutor em história da educação (UFSCar) e pesquisador (FAIND/UFGD). Karai Nhanderovaigua. E-mail: neimar.machado.sousa@gmail.com
  2. O artigo tem objetivo educacional, é de caráter ficcional e tem formato adaptado às mídias sociais.
  3. A grafia adotada para as palavras indígenas segue as fontes consultadas.
  4. METADADOS: jaguarete, kuimba'e.
  5. IMAGEM: VELASQUES, Diego. Jaguarete Ava. Paranhos, MS: Teko Arandu, 2019.

 

Tags: jaguarete, kuimba'e.

Exibições: 26

Responder esta

© 2025   Criado por neimar machado de sousa.   Ativado por

Relatar um incidente  |  Termos de serviço