Ao longo de 40 mil anos, em território atualmente brasileiro, os povos indígenas desenvolveram mitos, línguas e conhecimentos sobre plantas medicinais, frutas e animais que lhes permitiram sobreviver e interpretar a realidade de modo eficaz.
Uma das grandes interpretações e narrativas pedagógicas em língua guarani é o Mito dos Gêmeos. O kaiowá João Aquino narrou assim a Wilson Galhego que a mãe deste Sol (Pa’i Kwara) e Luz (Jasy), porque lua e irmão do Sol. E eles eram de Deus mesmo. E eles já estavam prontos para subir aos Céus, mas este homem, seu pai, tinha duas esposas, uma mais jovem e outra mais velha.
Perguntou à mulher mais velha para saber de quem ela engravidou. A mulher mais velha respondeu para ele:
- Esta criança que tenho é sua mesmo.
Depois perguntou para a mulher mais nova e esta não gostou porque o Nhanderu perguntou primeiro à mulher mais velha. Perguntou da criança que carregava e ela respondeu:
- Esta criança que tenho não é sua, é de outro Deus. Disse isso porque estava brava.
Nhanderu achou ruim e começou uma viagem sozinho pelos ares. Dentro de três dias, a mulher lembrou dele e pensou em segui-lo, seguir o seu marido. O Sol ainda estava no ventre de sua mãe, mas sua mãe confiava que ele a guiaria pelo caminho do seu pai.
REFERÊNCIAS E FONTES:
AQUINO, João. Mito dos Gêmeos. Terra Indígena. Araraquara: UNESP, 2000.
NOTAS:
Bem-vindo a
Laboratório de Pesquisas em História e Educação Indígena
© 2025 Criado por neimar machado de sousa.
Ativado por