As narrativas tradicionais sobre o Jaguarete são numerosas entre muitos falantes de guarani. Registrá-las pode ser uma ferramenta didática que fortalece os saberes indígenas frente à indústria cultural homogeneizadora.

Dizem que a onça resolveu fazer uma festa no alto das árvores para atrair o bichos para devorá-los. A condição para ser aceito na festa do Jaguarete era ter a boca pequena, para não concorrerem com o Xipoka’y.

Um dos bichos que queria ir à festa era o Jacaré, mas sua boquinha não permitia entrar na festa no alto das árvores onde havia uma aldeia das onças.

O jacaré teve uma ideia. Pediu para costurarem sua boca e deixar apenas um pedacinho aberto e partiu para a diversão.

Quando chegou havia muitos bichos e estavam todos animados bebendo chicha, kãgwῖ. O jacaré, que não resistia à bebida, começou a experimentar todas as bebidas de milho, de cana, de mandioca, de batata e guavira.

O jacaré logo ficou bêbado, kau, e ria sem parar. Não demorou muito para rasgar a costura de sua boca e revelar sua verdadeira identidade. A onça anfitriã descobriu que fora enganada, deu uma tapa no jacaré com sua mãozinha, popará, e acabou com sua festa.

 

REFERÊNCIAS E FONTES:

SOUZA, Andreza, GALHEGO, Wilson. Jasy ha pa’ikuara. Assis: UNESP, 2000 (1970). p. 138.

 

NOTAS:

  1. Pesquisa, organização e adaptação: Neimar Machado de Sousa, doutor em história da educação (UFSCar) e pesquisador (FAIND/UFGD). Karai Nhanderovaigua. E-mail: neimar.machado.sousa@gmail.com
  2. O artigo tem objetivo educacional e formato adaptado às mídias sociais.
  3. A grafia adotada para as palavras indígenas segue as fontes consultadas.
  4. METADADOS: jakare, jagwarete, kau, popará.
  5. IMAGEM: Popara. Wikipedia, 2019. 

 

Tags: jagwarete, jakare, kau, popara.

Exibições: 42

Responder esta

© 2025   Criado por neimar machado de sousa.   Ativado por

Relatar um incidente  |  Termos de serviço