Durante as danças sagradas (jeroky), os participantes deveriam alimentar-se de peixes pequenos e beber xixa. A bebida de milho era preparada pelas jovens da aldeia especialmente para estas cerimômias.
A opção pela carne de peixe para ser consumida durante as cerimônias relaciona-se ao lugar de onde vem, a água, e por serem muito limpos. Nem todos os peixes podiam ser consumidos, apenas os pequenos como o Lambari. Os peixes grandes não podiam ser consumidos neste período.
As aves que voam também podiam ser consumidas. Havia preferência pelas pombas e uma pessoa ficava responsável por cassá-los. A data dos rituais era marcada pelo Nhanderu conforme a contagem das luas e das estações.
Apenas um aprendiz substituirá o Cacique (Nhanderu). O mais resistente e aplicado nas danças e na alimentação ritual. Os demais aprendizes devem pedir o que está guardado para eles, segundo o Sr. Aniceto Ribeiro, kaiowá e Amambai (MS). O atendimento deste pedido poderia demorar, pois não se trata de coisas terrenas. Apenas um Yvura’ijá torna-se o guia espiritual.
Quando um Yvyara’ija desiste de sua caminhada para ser Nhanderu, já começa a fazer coisas erradas e aprender rezas para matar cobra, matar onça e outros trabalhos sem valor, Anhã Rembiapo. Quando assim faziam, não eram mais aceitos em nenhuma dança verdadeira, pois se envolviam em feitiços.
O kaiowá Aniceto Ribeiro viveu na Aldeia Amambai, Tekoha Guapo’y, município de Amambai (MS). Faleceu em trágico acidente. Foi atropelado na estrada que cruza sua aldeia, quando ia ao mercado na cidade. Ele foi informante, tradutor e pesquisador da cultura kaiowá em parceria com Wilson Galhego. Sua esposa era Amancia e seus filhos tornaram-se professores.
REFERÊNCIAS E FONTES:
Guarani e Kaiowá de Paranhos, Professores. Guarani Rembi’uete. Dourados, MS, 2018.
RIBEIRO, Aniceto. GALHEGO, Wilson. Jeroky. Assis: UNESP/Revista Terra Indígena, 2001. P. 396.
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