Estudante e egresso da UFGD participam de Conferência Mundial sobre os Povos Indígenas na ONU


O professor Tonico Benites ao lado da advogada Simone Eloy e do estudante Vinicius Farah

Na semana passada, a sede das Nações Unidas, em Nova York, foi palco da Primeira Conferência Mundial sobre os Povos Indígenas, um dos eventos especiais de alto nível que fazem parte da 69ª sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Na ocasião, os países membros da Assembleia Geral da ONU, entre eles o Brasil, reafirmaram seu compromisso de respeitar, promover e estimular os direitos dos povos indígenas. A reunião de alto nível contou com a participação de mais de mil delegados indígenas e não indígenas de todo o mundo.
Mato Grosso do Sul teve três representantes nesse evento. Um deles é o estudante de Direito da UFGD, Vinícius Farah Parizi Merege, douradense que está trabalhando na ONU, por meio do Programa de Capacitação Acadêmica da Missão Permanente do Brasil junto a Organização.
Estiveram em Nova York representando os indígenas do Estado o professor guarani-kaiowá Tonico Benites, egresso do curso de Licenciatura Intercultural Indígena da UFGD, e a advogada terena Simone Eloy, graduada pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).
Na oportunidade, mais de 90 países reafirmaram o compromisso estabelecido em 2007, quando foi assinada a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas. Na opinião de Simone, este é um documento de cunho importantíssimo, pois estipula paradigmas mínimos para sobrevivência, dignidade e bem estar das comunidades indígenas.
"Espero que da parte do governo brasileiro, que fez compromisso de dialogar com os povos indígenas afim da aplicabilidade da Declaração, isso possa caminhar no sentido de oferecer mudanças às situações dos povos indígenas do Brasil", avalia a advogada.
Para o professor Tonico, o encontro foi proveitoso para atualizar a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, dando mais ênfase à necessidade de diálogo entre os governos e as diferentes etnias, destacando também a participação e envolvimento das mulheres e jovens nas políticas públicas para essas populações.
"Historicamente, os projetos para os indígenas são elaborados pelos governos ou pelas agências internacionais e chegam nas aldeias prontos, são implementados sem nenhum diálogo. Isso tem impacto na cultura, na biodiversidade, no modo de viver indígena. Ao fazer um projeto para uma comunidade, tem que se conversar, dialogar e fazer junto, respeitando o modo de vida do indígena", exemplifica o professor.
Na percepção de Tonico, o Brasil é visto como um país que tem muito a avançar no direito dos povos indígenas e está sob os olhares do mundo, já que tem mais de 300 etnias e 100 línguas catalogadas. "Se a declaração for aplicada no Brasil, serão beneficiados não só os povos indígenas, mas o meio ambiente, a biodiversidade ainda existente. Lá, pedimos que a ONU também fiscalize se os países que assinaram a declaração estarão mesmo cumprindo os acordos assinados", afirma o guarani kaiowá.  
Com informações da Página da ONU Brasil
e da página da Primeira Conferência Mundial dos Povos Indígenas

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